terça-feira, 18 de setembro de 2012

É hora de unificar as campanhas salariais!

Metalúrgicos, bancários, petroleiros, trabalhadores do Correios, químicos, gráficos, trabalhadores da construção civil do Pará, entre outras categorias, já deram o ponta pé inicial em suas campanhas salariais. Os trabalhadores dessas categorias já começam a se mobilizar, alguns com indicativo de greve para os próximos dias, outros já estão paralisados, e todos com objetivos comuns de brigar por aumento real de salários e melhores condições de trabalho.
 
As greves não serão fáceis. “Serão longas e radicalizadas”, afirma o especialista do Ilaese (Instituto Latino Americano de Estudos Sócios Econômicos), Nazareno Godeiro. Na última reunião da Secretaria Executiva Nacional ampliada, realizada no último dia 5, Godeiro abordou a situação mundial e do Brasil e apontou a perspectiva da desaceleração da economia para o próximo período no Brasil. “Por isso, o maior argumento dos empresários e do governo para não dar os aumentos será a perspectiva da crise”, reforçou.
 
Entretanto, o especialista chamou a atenção para a alta lucratividade das grandes empresas nos últimos anos. “Com essa alta lucratividade, eles tem condições de atender as revindicações”, frisou Godeiro, defendendo que é possível que haja vitórias nas campanhas.
 
Além disso, o balanço das campanhas salariais do primeiro semestre feito pelo Dieese, que apontou para os maiores reajustes desde 2006, deve servir como exemplo para as categorias que estão em luta agora. Das 370 categorias analisadas pelo Dieese, 97% conquistaram, além do reajuste, aumento real de salários. Em média, segundo o estudo do Dieese as categorias analisadas conquistaram aumento de 2,5%. O destaque ficou para o setor da construção e mobiliário que enfrentou diversas lutas duras e radicalizadas e conquistou aumento real de 3,27%.
 
O membro da Secretaria Executiva Nacional, Paulo Barela, também da Oposição Nacional da ASSIBGE, lembrou que o funcionalismo conseguiu quebrar 10 anos de congelamento salarial, apesar de não ter obtido o resultado que estava buscando. “Foi uma vitória política importante, a força da greve obrigou o governo a abrir negociação”, disse reforçando a necessidade de unificação das campanhas salariais do segundo semestre, assim como fizeram os servidores públicos federais. Segundo ele, o resultado dessa greve, além da forte disposição de luta dos servidores, foi a unidade construída entre as várias organizações que possibilitou a unificação da greve, em que pesasse as diferentes pautas de cada setor.
 
Por isso, a CSP-Conlutas reforça que todas as categorias em campanha salarial neste semestre unifiquem suas lutas, com datas únicas e bandeiras políticas comuns. Entre elas, como a denúncia do governo Dilma e dos governos estaduais, que dão dinheiro para as empresas por meio de isenções de impostos (IPI), desoneração da folha de pagamento, etc. Denunciar a nova reforma da previdência que quer acabar com a aposentadoria por contribuição e instituir a idade mínima de 65 anos para os homens e 60 para as mulheres, para a aposentadoria, assim como o fator 85/95 e defender o fim do fator previdenciário. Denunciar a tentativa de flexibilização das leis trabalhistas através do projeto de lei do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) que estabelece o ACE (Acordo Coletivo Especial) e exigir regulamentação do direito de greve e contra a criminalização dos movimentos.

Além disso, é necessário fortalecer as campanhas salariais com reivindicações referentes às demandas específicas dos setores mais oprimidos de nossa classe, como as mulheres, negro e negras e LGBT. Materializar a campanha “Salário Igual, para Trabalho Igual” com reivindicações relacionadas a esses segmentos.

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