sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Basta de Mulheres Trabalhadoras Mortas! Legalizar e descriminalizar o aborto já!

No dia 18 de agosto, o Movimento Mulheres e Luta participou da Plenária Nacional da Frente contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto. Esta Frente é composta por uma série de movimentos de mulheres do Brasil e constitui uma importante unidade na luta por este direito. Considerando a ofensiva conservadora que o debate acerca da legalização aborto está recebendo, acreditamos ser fundamental fortalecer a unidade em torno a esta luta.

Levamos para lá a defesa de um feminismo classista, ou seja, construir lutas das mulheres, como a batalha pela legalização do aborto, junto à classe trabalhadora. Apresentamos a necessidade de o debate do aborto sair da esfera religiosa e passar a ser tratado com um debate de saúde pública, afinal e realização de abortos no país é uma realidade inquestionável. Assim, localizamos a importância de o orçamento da Saúde ser ampliado, movimento oposto ao que Dilma fez no início deste ano, que cortou mais 50 bi das áreas sociais.

Considerando a importância dessa luta se desenvolver junto à classe trabalhadora, com mulheres e homens de nossa classe, e com os métodos históricos de luta da classe trabalhadora, acreditamos que os encaminhamentos definidos na Plenária foram bastante limitados e buscam se aproveitar de espaços que não estão interessados em desenvolver os direitos das mulheres e da classe trabalhadora de conjunto.

A proposta da Marcha Mundial de Mulheres, da Articulação das Mulheres Brasileiras e da União Brasileira de Mulheres foi de aproveitar os espaços do Mercosul para que as possíveis decisões favoráveis ao aborto em países como Argentina e Uruguai influenciem esta decisão no Brasil.

Em primeiro lugar, o Mercosul, diferente de como foi e é apresentado pelos governos brasileiros, não é um espaço de integração latino americana. Ao contrário, é um Bloco Econômico que visa favorecer as empresas do país mais rico do bloco a abarcar o mercado interno de outros países, acabando com a soberania desses países. Em segundo lugar, as empresas do Brasil, o país mais rico do bloco, que são favorecidas pelo Bloco são em sua maioria empresas multinacionais, ou seja, o Mercosul é uma forma de os países mais ricos do globo seguirem dominando os recursos naturais, a mão de obra e o mercado interno das economias mais frágeis. Em terceiro lugar, por este caráter, é muito difícil que decisões políticas importantes como a legalização do aborto que venham a ocorrer na Argentina ou no Uruguai influenciem as decisões do Brasil, fundamentalmente porque pelo peso político e econômico do Brasil, ratificado por Blocos econômicos que favorecem essa sobreposição política e econômica, o sentido da influencia política é do Brasil para os outros países e não o contrário.

Isso demonstra que esta definição sobre como avançar na luta pela legalização do aborto não adianta muito. Achamos que a Frente deve seguir se articulando em torno dessa bandeira e deve fortalecer a mobilização e a discussão junto a classe trabalhadora. Articular no dia 28 de setembro (dia latino americano de luta pela legalização e pela descriminalização do aborto) atos nas capitais, que trabalhem na perspectiva de disputar a consciência da sociedade acerca do tema.


Confira o panfleto que apresentamos na atividades:




   

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