Lugar de mulher é nas greves e manifestações: contra a criminalização
de quem luta!
Somos todas Sandra Fortes!
A
companheira Sandra Fortes foi uma das dirigentes da greve do funcionalismo
municipal de Taboão da Serra. A paralização durou cerca de 20 dias, no mês de
junho passado e tinha como reivindicações o cumprimento da data base, o
reajuste salarial e direito há anos ignorado pelos prefeitos da cidade. A
maioria da vanguarda que conduziu a greve era composta por mulheres, que se
enfrentou com o prefeito e seus secretários, com a Câmara de Vereadores
subordinada ao executivo e com a legião de "livre nomeados"
(diretores, supervisores, chefes, etc.) que oprime os servidores nos locais de
trabalho. O prefeito se recusou a negociar, mas foi obrigado pela greve a
conceder um abono salarial de R$100 a R$200 aos trabalhadores das faixas
salariais menores.
O prefeito
da cidade, Fernando Fernandes, do PSDB, abriu um
processo administrativo calunioso contra a professora Sandra Fortes, membro da
Executiva da Sub-sede da Apeoesp Taboão e da diretoria da ATRASPACTS
(Associação dos Trabalhadores da Prefeitura, Autarquias e Câmara de Taboão da
Serra). Com o retorno ao trabalho, o governo passou a perseguir as
lideranças da greve, transferindo arbitrariamente quatro profissionais de seus
locais de trabalho e ameaçando muitos outros. Através de liminar na Justiça, o
prefeito foi obrigado a pagar os dias da greve que havia descontado dos
salários dos trabalhadores da Secretaria da Educação, mas os das secretarias da
Assistência Social, Manutenção e Cultura ainda não receberam e aguardam uma
decisão judicial.
Criminalização e perseguição política
O caso da
companheira Sandra é parte do conjunto de ataques sofridos pelos trabalhadores
que ousam lutar e reivindicar melhores condições de trabalho e remuneração. Foi
assim na histórica greve dos metroviários de São Paulo a qual foi respondida
com total autoritarismo pelo governo do Alckmin/ PSDB, através da demissão de
42 dos principais ativistas da greve. Esse ataque segue, após a reeleição desse
governo, com a cassação da liminar que reintegrou parte dos trabalhadores.
Os ataques
à Sandra Fortes iniciaram logo no começo da mobilização, quando o prefeito
declarou aos jornais que ela era responsável pela greve devido a "interesses
partidários". Em seguida, o líder do governo na Câmara, vereador Marco
Porta (PRB), tentou criminalizá-la colocando em dúvida o diagnóstico de cisto
na corda vocal que levou a Medicina do Trabalho da Prefeitura a readaptar a
forma de trabalho de Sandra. O vereador acusou-a de não ter voz para trabalhar,
mas ter voz para falar no carro de som dos grevistas, acusação que foi repetida
integralmente pelo prefeito numa coletiva à imprensa.
Na portaria
que informa a instauração do processo administrativo, o prefeito acusa
falsamente Sandra Fortes de "suposto aliciamento de menores", devido
ao fato de alunas e alunos da escola em que a professora trabalha terem escrito
"cartinhas" ao prefeito solicitando melhorias para o funcionalismo e
a Educação Pública.Estes fatos demonstram que há uma perseguição política
promovida pelo governo do PSDB às lideranças do funcionalismo. À exemplo de seu
chefe, o governador Alckmin, o prefeito de Taboão se vale de acusações
falsificadas com o objetivo de difamar e criminalizar Sandra Fortes.
Todo apoio à professora Sandra Fortes! Pela
retirada do processo!
Nós, do
Movimento Mulheres em Luta, acompanhamos uma série de greves e manifestações
dos trabalhadores pelo país inteiro. Em especial, estivemos presentes nas lutas
que tinham as mulheres como base principal de mobilização como a educação, a
saúde e o funcionalismo de um modo geral. Achamos fundamental a presença dessas
mulheres na luta junto com sua classe, principalmente cumprindo papel de
liderança. Isso porque sabemos das barreiras e dificuldades enfrentadas pelas
trabalhadoras para se organizarem e tomarem a dianteira dos processos de luta.
Nesse
sentido, nos solidarizamos com a companheira Sandra Fortes e denunciamos toda
forma de criminalização dos que lutam pelos governos de plantão. È necessário,
cada vez mais, fortalecer a unidade entre os trabalhadores e darmos um basta
nesses ataques ao nosso direito de questionar e manifestar nosso
descontentamento com as políticas de arrocho salarial e precarização dos
serviços públicos.
·
LUTAR NÃO É CRIME!
·
NENHUMA PERSEGUIÇÃO E REPRESSÃO AOS QUE
FAZEM GREVE E LUTAM!
·
PELO ARQUIVAMENTO DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO CONTRA A PROFESSORA SANDRA FORTES!
·
PAGAMENTO DOS SALÁRIOS DE TODAS AS
TRABALHADORAS E TRABALHADORES PERSEGUIDOS POR LUTAR!
Participe das manifestações em apoio à professora Sandra!
14/10 – Manifestação dos servidores públicos
Onde:Câmara Municipal de Taboão da Serra
Hora: 18h
16/10 – Vigília de solidariedade
Onde: Praça Miguel Ortega, 280, Parque Assunção
Nenhum comentário:
Postar um comentário