Por Marina Cintra, MML São Paulo
No último dia 26, Bolsonaro deu mais uma de suas declarações que
atacam diretamente os setores oprimidos da classe trabalhadora, disse que “Quem
quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode
ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.
Isso é um mais um absurdo, pois faz apologia ao turismo
sexual de mulheres, e já sabemos que exploração
sexual é uma realidade, com índices
alarmantes de exploração sexual de crianças e adolescentes. As mulheres e
crianças que estão na prostituição são vitimas cotidianamente de estupros e
violência, que é totalmente naturalizado pela sociedade, tendo em vista que essas
mulheres são vistas meramente como uma mercadoria.
As vítimas de exploração sexual são principalmente mulheres
negras e pobres. A declaração de Bolsonaro aprofunda o machismo e o racismo, já
que reproduz o olhar estruturado a partir da herança escravista brasileira que coloca a mulher negra como como um pedaço de carne, mero objeto sexual. A declaração de Bolsonaro foi também
LGBTfóbica, muitos LGBTs são jogados na prostituição por causa do preconceito,
da dificuldade de arrumar empregos formais e da marginalidade, essa é uma dura
realidade das mulheres trans, em que muitas estão na prostituição, onde ficam vulneráveis a diversos tipos de violência cotidianamente. Além disso, o Brasil lidera o ranking dos países onde mais se assassinam pessoas LGBTs e a postura do presidente só reforça essa situação.
Enquanto o desemprego e a violência contra as
mulheres aumenta Bolsonaro mostra a que veio e confirma que esse governo é
inimigo das mulheres trabalhadoras negras e não negras e de toda a população LGBT.
Devemos lutar contra a violência as mulheres, pelo fim do
turismo sexual, por uma política de geração de mais empregos, em defesa das mulheres em situação de prostituição,
contra a prostituição, para que todas as mulheres que estejam nessa situação
possam ter acesso pleno ao emprego, sem precisar transformar-se me mercadoria para sobreviver.
Para isso, é necessário revogar a Lei da
Terceirização e a reforma trabalhista, barrar de vez a reforma da
previdência. Precisamos de mais investimentos em políticas de combate a violência machista e a LGBTfobia,
em educação, saúde, emprego. A necessidade dos setores oprimidos da classe trabalhadora é exatamente o contrário do que defende Bolsonaro: precisamos de um país que não seja rota do turismo sexual e onde as pessoas sejam livres para exercer sua sexualidade.
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