domingo, 14 de abril de 2019
terça-feira, 19 de março de 2019
Vozes femininas ecoam em todo o mundo. No Brasil gritamos bem alto contra a violência machista e a reforma a previdência!
“Se você pensa que mulher é fraca, a mulherada não é
fraca, não. A gente luta contra o machismo, a violência e a exploração”
A greve internacional pela
vida e direitos das mulheres demonstrou mais uma vez, nesse 08 de Março, que
não daremos nenhum passo atrás na luta por nossas pautas históricas. Segundo
cobertura da imprensa, aconteceram atos de mulheres em mais de 400 cidades ao
redor do mundo. Em Berlim, capital da Alemanha, o 08 de Março se tornou feriado municipal.
No Brasil, com manifestações realizadas de
norte a sul do país, o Movimento Mulheres em Luta esteve presente em pelo menos
20 Estados (AP, AM, PA, MA, PI, CE, PB, RN, SE, PE, BA, DF, GO, RJ, SP, ES, MG,
PR, SC, RS). E Além das capitais, estivemos presente nos atos em Guarulhos/SP,
Santo André/SP, São José dos Campos/SP, São José do Rio Preto/SP, Campinas/SP,
Ouro Preto/MG, Itajubá/MG, Juiz de Fora/MG e Santa Cruz do Sul/RS.
Por
nenhuma a menos

Essa situação, além de ser
fruto da disseminação do ódio contra mulheres, negros e LGBT’s estimulados pelo
atual governo, também é fruto do descaso e sucessivos cortes nos orçamentos de
políticas para mulheres. Dos governos do PT, passando por Temer e o novo presidente todos reduziram o orçamento de políticas para mulheres.

Por
nenhum direito a menos
As mulheres também levaram
para as ruas o protesto contra a reforma da previdência, esse projeto de por
fim a aposentadoria cuja aprovação foi tentada no governo Dilma, Temer e agora
por Bolsonaro. Se os outros governos já tinham planos perversos, o atual
governo de ultra direita está atirando para todos os lados e não livrou nem os
idosos de baixa renda. Aumento da idade mínima, do tempo de contribuição, fim
da aposentadoria especial para professores e trabalhadores rurais,
desvinculação do Benefício de Prestação continuada - BPC - do salário mínimo, enfim os ataques são muitos com esse
projeto. Por isso, as mulheres deram o recado nas ruas e afirmaram que não vão
aceitar caladas mais essa violência, vai ter muita luta para defender o direito
a aposentadoria.
A
unidade é a única alternativa para derrotar Bolsonaro. Não é hora de impor
pautas que dividem o movimento!
As manifestações do 08 de
Março aconteceram em unidade em quase todos os Estados. Essa necessidade se
impôs frente a conjuntura de um governo reacionário, machista e capacho do
imperialismo. Porém, não foi fácil construir essa unidade, mesmo com tantas
pautas comuns.
Em muitos lugares as
mulheres do PT, com apoio de setores do Psol, impuseram o tema do Lula Livre,
como parte das bandeiras a serem levadas nas manifestações. Não há dúvida, de
que democraticamente tinham o direito de levá-las, ou mesmo de que as mulheres
são sim seres políticos e tem suas opiniões. O problema central esteve em impor
essa pauta nas reuniões de construção comum dos atos, onde setores se colocaram
de maneira categórica contra essa pauta, não apenas por não concordar com ela,
mas principalmente por saber que isso afastaria muitas mulheres que querem
lutar, mas não querem servir de base para projetos políticos que traíram a
classe trabalhadora e bandeiras históricas do movimento feminista, como a
legalização do aborto.
Em muitos lugares se
incorporou ao eixo das manifestações o tema da democracia. Porém, o que se viu, quando algumas falas se contrapunham a defesa de Lula, defendendo que todos os
corruptos e corruptores devem pagar por seus crimes, foi o desrespeito e a
tentativa de impedir tal fala.
Não é dessa forma que vamos
conseguir canalizar toda a disposição de luta das mulheres para nossos inimigos
iminentes. O Bolsonaro governa com as forças armadas, com toda sua artilharia
voltada para os trabalhadores e pobres do país, dentre esses o principal alvo
são as mulheres, não podemos vacilar, é hora de construir a luta em torno
daquilo que realmente nos unifica e fortalece.
Por
uma alternativa classista e independente das mulheres trabalhadoras!Todas à construção do 22 de Março!
Nós, do Movimento Mulheres
em Luta, acreditamos que só a organização pela base, em cada local de moradia,
estudo e trabalho poderá impulsionar o movimento necessário que avance para a
construção de uma greve geral, que pare o país e derrote o projeto de Bolsonaro,
como fizemos com Temer.
Que 2017 ainda esteja fresco
em nossa memória, quando o 8M foi o ponta pé inicial para as grandes
mobilizações daquele ano. Disposição de luta existe, as mulheres mostraram o
caminho. Agora é responsabilidade das grandes centrais sindicais e movimentos
sociais seguir esse rumo. No dia 22 de Março - Dia nacional de Luta contra a Reforma da Previdência - estaremos novamente nas ruas!
O
8M começou cedo nas fábricas, minas, canteiros de obra e praças!
Diversas iniciativas também
foram realizadas nos locais de trabalho para conversar com as mulheres e com os
homens trabalhadores sobre a importância do 08 de Março- Dia internacional de
luta das mulheres trabalhadoras e quais pautas estão em jogo.
Com assembleias,
panfletagens e café da manhã se pontuou que o machismo é uma ideologia que
divide a nossa classe e fortalece os governos e patrões, nossos verdadeiros
inimigos.
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São José dos Campos/SP |
Em São José dos Campos foram
realizadas assembleias em 8 fábricas (Avibras, Forming, JC Hitachi e TI Automotive, em São José dos
Campos, Caoa Chery e Adatex (fábrica têxtil), em Jacareí, e na Blue Tech e
Domex, em Caçapava). Em São joão Del Rei as atividades
aconteceram na portaria das empresas AMG metalurgia e Granha ligas. Em São
Paulo, capital, amanhecemos em frente a empresa Lorenzenti e no Ceará a
assembleia se deu no canteiro de obra com 600 operários, sendo 60 mulheres.
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Juiz de Fora/MG |
Em juiz de Fora a atividade
se deu na praça da estação, onde foi realizado um café da manhã com as
trabalhadoras e foi feito o convite para o ato que aconteceria a tarde.
Todas essas iniciativas são
fundamentais para resgatar a origem do 08 de Março que surgiu da luta das
mulheres por direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho e que
colocava para o conjunto da classe trabalhadora a responsabilidade por essa
luta.
É esta unidade que precisamos construir nos dias de hoje para enfrentar
os ataques aos nossos direitos, derrotar os governos de ultra direita e avançar
para construir uma sociedade onde mulheres e homens sejam tratados com
igualdade e dignidade, uma sociedade socialista!
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Fortaleza/Ce |

São João del Rei/MG
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Nota de repúdio ao vídeo machista de brasileiros na Copa da Rússia
Nos últimos dias tem circulado na internet vários vídeos de conteúdo machista e racista protagonizados por torcedores brasileiros na Copa do Mundo da Rússia. Num deles um grupo de homens vestidos com a camisa da seleção se acercam de uma mulher e, abusando da simpatia e do evidente desconhecimento da língua portuguesa por parte da jovem, a induzem participar de um coro grosseiro contendo frases ofensivas e de conteúdo sexista. Em outro vídeo, um homem aparece incitando três mulheres a repetir frases em português com o mesmo conteúdo. Em todos os casos as mulheres são humilhadas e ridicularizadas. De forma absolutamente perversa e asquerosa são utilizadas como instrumento de diversão para abusadores. a frase tem ainda conteúdo racista, pois exalta características das genitálias de mulheres brancas.
Lamentavelmente esse não é um caso isolado, na esteira dos brasileiros, surgiram vários outros nas redes sociais que mostram torcedores de outros países assediando mulheres com "brincadeiras" de cunho sexual. Esse é um retrato do quanto a cultura machista ainda predomina na sociedade. Não por acaso no mundo todo 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência física e/ou sexual e cada 10 minutos uma mulher é assassinada. É resultado da cultura machista, que inferioriza a mulher e a considera propriedade do homem. Ideologia essa, por sua vez, é alimentada e estimulada pelo sistema capitalista, que se utiliza do machismo e da opressão para dividir os trabalhadores e superexplorar parte dela, aumentando assim seus lucros.
O Brasil é o 5º país no ranking da violência contra as mulheres, sendo que a cada 7 segundo uma mulher é espancada e cada 2 horas uma brasileira é morta pela violência de gênero, sem falar nos estupros, assédios, no turismo sexual, entre outros tipos de violência, das quais as mulheres negras são as principais vítimas; os homens envolvidos nesses vídeos são parte dos que protagonizam e sustentam esses números alarmantes.
O MML repudia veementemente esse comportamento machista praticado contra mulheres durante a Copa. Não se trata de “brincadeiras”, mas de agressão. Até o momento quatro homens foram reconhecidos e denunciados, é preciso que todos sejam devidamente identificados e também punidos, independentemente de uma denuncia formal por parte das mulheres que sofreram o abuso, como aguarda o Itamaraty, mesmo porque é pouco provável que essas mulheres, que sequer conhecem nosso idioma, venham a fazer uma denúncia, além disso, só o fato de terem postado vídeos desse cunho na internet já um crime virtual.
Além desses casos bizarros, a copa na Rússia está chamando a atenção não pelo futebol, mas pela intensa LGBTfobia na legislação do país e na submissão dos demais países, como o próprio Brasil. Por determinação do governo russo, é expressamente proibido a demonstração de afeto entre pessoas do mesmo sexo, durante os dias do evento mundial. É o capitalismo deixando bem evidente como trata os setores oprimidos. Não podemos aceitar que seja naturalizada tamanha violência, enquanto os LGBTs seguem sendo assassinados e tendo seus direitos elementares atacados.
Basta de violência , machismo e racismo! Punição exemplar aos agressores!
Basta de LGBTfobia! Contra todo tipo de descriminação!
sexta-feira, 15 de junho de 2018
Tomemos o exemplo da Argentina. Tomemos as ruas por nossos direitos! Educação sexual e contraceptivos para decidir! Aborto legal e seguro para não morrer!
No último dia 13 de Junho,
ao menos 11 escolas amanheceram ocupadas em Buenos Aires e as ruas do país
foram tomadas por milhares de pessoas. Assim como as grandes manifestações
contra a reforma da previdência e a política de submissão ao FMI de Macri, a
população argentina mais uma vez se mobilizou para decidir sobre um tema muito
importante: pressionar a câmara de deputados para aprovar o projeto de lei que
legaliza o aborto no país.
A campanha pela
garantia desse direito, que já existe há muito tempo, ganhou peso desde os
preparativos do 8 de Março desse ano e mobilizou toda a população. Atos,
vigílias, debates e lenços verdes deram o tom desse importante processo de luta
por uma bandeira histórica do movimento de mulheres. E não é a toa que as
mulheres lutam por esse direito. Segundo dados de ONG’s argentinas, ao menos
500 mil abortos clandestinos são realizados por ano no país, sendo que pelo
menos 100 dessas mulheres morrem vítimas de procedimentos mal feitos.
Numa parte do mundo,
aonde apenas dois países tem o aborto legalizado, Uruguai e Cuba, as
mobilizações na Argentina e a vitória, ainda que apertada na Câmara de
deputados, é um rastilho de esperança e inspiração para lutarmos em todo o
continente.
Na
América Latina as mulheres morrem vítimas de abortos clandestinos
A realidade de toda a
região é de milhares de abortos clandestinos realizados todos os anos, seguido
de números também alarmantes de internações com sequelas e mortes por conta de
procedimentos realizados em condições precárias.
As mulheres pagam com a
vida e com a liberdade. No Brasil, por exemplo, uma mulher que realiza um aborto pode ser presa e
ficar detida por até 10 anos, dependendo do caso. Entretanto, as legislações
punitivas não impedem as mulheres de interromperem uma gravidez, a diferença é que uma
parcela da população que tem condições econômicas de frequentar uma clinica
clandestina de qualidade realiza o procedimento de maneira segura e sigilosa.
Já para uma gama de mulheres trabalhadoras e pobres, que sequer tem acesso aos
serviços de saúde com qualidade, se submetem a prática do aborto em condições completamente
insalubres e perigosas.
Muitos trabalhadores e
trabalhadoras honestos, tanto na Argentina quanto no Brasil, devem estar
pensando que frente a legalização do aborto vai haver mais irresponsabilidade
na pratica sexual e que as mulheres usarão o aborto como método contraceptivo
prioritário. Mas isso não é verdade. A decisão por realizar um aborto nunca é
fácil, e mesmo que a decisão seja o procedimento, a experiência não é. Todos os
países que legalizaram a prática do aborto o fizeram acompanhado de políticas
de educação sexual e ampliação do acesso a métodos contraceptivos, inclusive
com orientação de qual método é o mais eficaz para cada realidade das diferentes
mulheres. Além do acompanhamento psicossocial antes, durante e depois do
procedimento. O resultado foi se não a diminuição nos números de abortos
realizados, ao menos a estagnação deles e a diminuição taxativa do número de
mortes de mulheres.
Tanto argumentos morais
quanto religiosos são tomados para impedir que a mulher possa decidir sobre o
seu próprio corpo. Acontece que quando falamos da legalização do aborto,
estamos falando de uma questão de saúde pública e não de preceitos individuais.
Estamos falando do direito democrático da mulher conhecer, controlar e decidir
sobre a sua sexualidade. A ausência desse direito se expressa em nosso país, não
só na criminalização do aborto, mas também no crescente número de estupros, nos
vários casos de casamento infantil, no tráfico de mulheres para prostituição em
outros países, nos feminicídios.
Chegou
a nossa hora de legalizar o aborto!
Logo após o resultado
da votação na Argentina, alguns atos foram marcados nas principais cidades
brasileiras, em apoio à luta que segue no país vizinho para aprovar em
definitivo o projeto de legalização do aborto no Senado, mas também para
impulsionar o debate na sociedade brasileira e enfrentar os setores
conservadores que tentam impor uma criminalização ainda maior à nós, mulheres brasileiras,
proibindo o aborto mesmo nos casos de estupro, de risco a vida da mãe ou em
fetos anencéfalos.
Nós do Movimento Mulheres em Luta estaremos
nas ruas, no dia 22 de Junho, construindo esses atos e também vamos, junto com
a CSP Conlutas, fazer com que esse tema chegue à base das categorias dos
trabalhadores para disputar a consciência da nossa classe e organizar a defesa
da vida e dos direitos das mulheres.
Sabemos que o tema da
legalização do aborto é bastante polêmico no país, principalmente pela influência
religiosa na tomada de posicionamento. Contudo, assim como na Argentina e na Irlanda,
países de maioria católica que aprovaram recentemente a legalização do aborto,
sabemos que por aqui também as mulheres estão cansadas de tanta opressão. Faz
tempo que estamos mobilizadas e já enfrentamos projetos como o PL 5069/13 de Eduardo
Cunha, o projeto do Estatuto do Nascituro e mais recentemente a PEC cavalo de Tróia.
Fomos parte fundamental da derrota do projeto de reforma da previdência,
construindo no 8M de 2017 a primeira grande manifestação contra a proposta,
estamos dispostas a enfrentar mais essa batalha e a exigir nada menos que os
nossos direitos.
Tomemos as ruas! Vamos,
em unidade com a classe trabalhadora, parar esse país e arrancar as nossas
conquistas. Sabemos que nenhum governo vai ser generoso conosco, principalmente
o governo Temer que congelou por 20 anos os gastos com áreas sociais, que
cortou verba do orçamento de políticas para mulheres e quer atacar ainda mais
nossos direitos. Sabemos que o congresso brasileiro corrupto e reacionário não
nos representa. Por isso, nossos aliados só podem ser o conjunto dos
trabalhadores e lutadores do país, somos nós por nós, contra a opressão e a
exploração.
quinta-feira, 10 de maio de 2018
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Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Chega da violência contra as mulheres!
