Confira a Nota do Movimento Mulheres em Luta do Metrô SP
Somos todas Regina!
Iniciamos o ano com a triste notícia da morte da funcionária da Higilimp da estação Santa Cruz. Regina sofria de problemas de saúde e morreu no local de trabalho, quando foi descansar um pouco.
Essa morte é consequência de uma situação absurda às quais estão submetidas as funcionárias da limpeza, de todas as contratadas do Metrô. Além dos baixíssimos salários, as trabalhadoras não tem direito de apresentar atestado médico, sob pena de perderem parte da Cesta Básica. Além disso, não possuem Plano de Saúde, o que faz com que qualquer tratamento médico sofra com o caos e a demora da saúde pública na cidade de São Paulo, o que também acontece por todo o país.
Não é possível que a impunidade tome conta deste caso. Há responsáveis por essa morte e por essa situação das trabalhadoras. Além dos donos dessas próprias empresas, o Metrô também tem sua parcela de responsabilidade, uma vez que a empresa contratante é responsável pela averiguação da garantia de segurança e da saúde do trabalhador das empresas que se contrata.
Chega de Precarização e Terceirização!
Essa triste notícia reforça o que diversas organizações e entidades de luta da classe trabalhadora vem dizendo: a terceirização é precarização do trabalho, uma economia do empregador, às custas dos direitos, dos salários, da saúde e até da vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Segundo Portal Nacional do Direito do Trabalho, a cada 5 mortes por acidente de trabalho, 4 ocorrem com funcionários de empresas terceirizadas. E a cada 10 acidentes de trabalho, 8 ocorrem em empresas terceirizadas.
Não ao PL 4330!
É por isso que o Movimento Mulheres em Luta, junto com a CSP Conlutas e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, fortaleceu a luta contra este projeto de Lei que regulamenta as terceirizações. Com o falso discurso de modernizar as relações de trabalho, este projeto dá respaldo de lei para práticas que já acontecem, como a terceirização em “atividades fim”, como o que ocorre no setor da manutenção do metrô. Além disso, este projeto reforça o ataque aos direitos trabalhistas, rebaixando a condição de direitos e salários.
Mulheres trabalhadoras negras são as que mais sofrem com as péssimas condições de trabalho
Não é por acaso que Regina era uma mulher negra, ganhando pouco e localizada em um trabalho precário. A terceirização tem rosto de mulher e seus postos são ocupados por uma ampla maioria negra.
Isso ocorre porque o capitalismo transforma diferenças em desigualdades e utiliza a opressão histórica às mulheres, negros e negras e homossexuais para explorar mais ainda esses setores. Isso é um verdadeiro absurdo e organizamos a luta das mulheres trabalhadoras todos os dias, junto à luta da classe trabalhadora para enfrentar o machismo e a exploração.
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