Por Jullyane Teixeira, do MML Piauí
Aconteceu no último sábado (12) o II Encontro Estadual do Movimento
Mulheres em Luta Piauí, voltado para as mulheres da classe trabalhadora e
juventude, das 08 às 18h, no Auditório Maestrina Clóris Oliveira, do IFPI
Teresina Central.
Entendendo que a organização da luta das mulheres
trabalhadoras e juventude passa, necessariamente, pela construção de espaços de
debate em que as mães possam participar, o encontro teve uma creche montada
especialmente para o evento com quase 30 crianças atendidas. O encontro foi
bastante representativo e contou com a participação de mais de 120 mulheres,
dentre elas, operárias, trabalhadoras rurais, servidoras públicas, professoras,
estudantes, desempregadas, ativistas da luta por moradia na periferia,
quilombolas, discutindo conjuntura política, defesa de direitos, contra a
violência à mulher e contra as opressões do machismo, racismo e LGBTfobia.
Foram aprovadas resoluções políticas que vão nortear o próximo período de
lutas, como a reafirmação da campanha nacional de luta por 1% do PIB para o
combate à violência contra a mulher (votada no I Encontro Nacional do MML,
realizada em 2013, em Sarzedo-MG), bem como uma campanha estadual de luta por
creches, já que essa é a principal demanda das mulheres trabalhadoras, sendo a
responsável pelo abandono do emprego dessas mulheres e o maior motivo de evasão
escolar das estudantes, por não terem onde deixar os filhos.
O encontro também
elegeu uma nova direção estadual do MML/PI. Participaram mulheres de Campinas
do Piauí, Parnaíba, Picos, Piripiri, Teresina, São Raimundo Nonato e Floriano.
Ao final, foram aprovados duas moções das mulheres presentes ao encontro, uma
de repúdio, contra a declaração machista do senador Hélio José, recém filiado
ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) e uma de apoio aos funcionários
terceirizados do IFPI, que estão há dois meses sem receber salário,
demonstrando que a solidariedade de classe, um dos princípios fundamentais do
movimento, continua sendo praticado em todos os seus espaços de discussões
políticas.
O lugar das mulheres é junto ao movimento geral dos trabalhadores,
incorporando as demandas das mulheres por creche, equiparação salarial e
salário igual para trabalho igual, combate a violência, legalização do aborto,
entre outras, como parte das reivindicações gerais da classe trabalhadora.
Engana-se quem acredita ser Dilma o mal menor, os trabalhadores com sua força
podem derrotar o governo e suas medidas, sendo que as mulheres tem um papel
importante nesse processo. O Movimento Mulheres em Luta está se forjando
cotidianamente nas principais demandas das mulheres trabalhadoras e é nesse
espaço que temos que cumprir o papel de construir junto dessas mulheres uma
alternativa independente para responder a crise e fazer com que não sejamos nós
a pagar essa conta. Apenas começamos!
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