Por MML Rio de Janeiro
Na tarde de quarta feira do
dia 30 de março a aluna Maria Eduarda Alves da Conceição que se encontrava
dentro da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza morreu com "três
tiros". O fato ocorreu durante a aula de Educação Física momento do confronto
entre PM's e traficantes. Ao longo dos tempos a escola infelizmente passa a ser
um espaço que não está livre da violência, o que coloca em risco tanto os
alunos como as profissionais existente nas unidades.
O Movimento Mulheres em Luta vem a público expressar o repúdio pela morte da
estudante Maria Eduarda Alves da Conceição! A localização da escola retrata a
face da criminalização da pobreza, um dos menores índices de desenvolvimento
humano (IDH) da capital. Durante a inauguração da escola, o pai do jornalista homenageado
afirma que "Uma escola numa área carente como essa é fora de série. Que o
colégio possa influenciar na melhora da vida dessas pessoas, através do estudo
e da cultura" porém, a realidade aumenta as estatísticas do extermínio da
nossa juventude negra . Atualmente a face das escolas municipais do Rio de
Janeiro é de total precariedade pois faltam desde materiais de
higiene/pedagógico como um quantitativo insuficiente de profissionais o que se
torna contraditório mediante a função de um ambiente escolar. O descaso aponta
o desinteresse em realizar uma educação pública de fato com qualidade. Sai e
entra governo e é o mesmo tipo de administração, a inexistêcia do
comprometimento em investimentos na educação pública destinada a crianças e
adolescentes.A linha de pensamento dos que servem aos ricos e poderosos é
criminalizar a pobreza e assassinar jovens pobres e negras dentro das
periferias. A morte de Maria Eduarda indica que a mulher negra sempre é mais
penalizada por ter dois tipos de opressões: o machismo e o racismo, banalizando
a morte e entrando nas estatísticas onde a cada 23 minutos um jovem negro é
assassinado. Entre o aumento desses dados estão as mulheres negras (média de
2.875 homicídios), representando 45% das mulheres assassinadas anualmente. O
extermínio hoje tem números superiores aos países em guerra. Com a segurança
falida , é necessário barrar e construir uma segurança que desmilitarize a
polícia bem como descriminalize as drogas oferecendo um tratamento a
dependentes químicos sendo público e de qualidade. Com a aprovação da PEC 55
que corta investimentos da saúde, educação e serviços básicos, reforma do
ensino médio, aprovação das MP's 664/665, terceirização e em curso as reformas
da previdência/trabalhistas é não realizar nenhuma perspectiva para o futuro
destas jovens. Sendo assim, existe a conivência dos governos do PMDB, PT e
demais em não permitir que a população pobre e negra tenha o direito a sonhar
com um futuro! Hoje, mais uma vez é a lágrima da mulher negra que escorre na
face quando perde uma filha o que não se diferencia do período da escravidão
onde estas mulheres eram impedidas de conviver com seus filhos bem como
amamentá-los! Não podemos admitir que estes números aumentem e que Marias ou
Eduardas não possam realizar seus sonhos! Por isso, o MML exige que o Estado
tome medidas efetivas para que assassinatos como este não ocorram mais e
expressa toda a sua solidariedade a família de Maria Eduarda Alves da
Conceição!
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