Em 1969, em um bar chamado
Stonewall Inn, em Nova Iorque, uma rebelião histórica fez ressurgir a luta
organizada contra a homofobia. Em quatro dias de confronto, os homossexuais responderam
a violência policial que frequentemente os vitimava, levantando barricadas e
ganhando o apoio da população. A partir de então, os participantes
se organizaram para seguir lutando por seus direitos e, no primeiro aniversário
desta rebelião vitoriosa, 10 mil homossexuais marcharam comemorando e
protestando contra a discriminação. Surgiu assim, o Dia do Orgulho Gay, 28 de
junho e a primeira Parada.
A incorporação dos métodos históricos
de organização da classe operária na luta de Stonewall relocaliza a importância
de que o combate à homofobia se dê no marco das lutas da classe trabalhadora.
Permite, assim a associação das lutas classistas com as lutas contra a
homofobia e nos dá hoje embasamento para colocar um marco de classe na ação
homofóbica e também na resistência a ela.
A homofobia não surgiu com o
capitalismo, mas este a utiliza para superexplorar um setor da classe
trabalhadora, os LGBT, assim como o faz com as mulheres e negros/as. Além
disso, o modelo familiar construído pela sociedade capitalista visa a transferência
da herança, e uma localização das mulheres nas tarefas domésticas. Com isso, as
relações homossexuais acabam por questionar essas atribuições construídas pela
burguesia para fazer perdurar seu sistema, suas riquezas e sua dominação.
Por isso, fazer o
enfrentamento com a homofobia deve ser uma ação política contra o sistema que a
utiliza cada vez mais. Mas isso não quer dizer que não precisamos de medidas
políticas imediatas que amenizem as condições que a homofobia submete a população
LGBT. Os inúmeros casos de violência homofóbica que estão cada vez mais vindo a
tona demonstram que a criminalização da homofobia pode ter efeitos concretos na
vida de gays, lésbicas, bissexuais e travestis.
O Brasil tem encabeçado os índices
de casos drásticos de violência, o que impõe também a necessidade de uma educação
que questione a naturalidade com que a homofobia está incorporada pelos discursos
oficiais, pelos programas de TV, pela reprodução ns escolas. O país poderia ter
avançado nesse sentido com a implementação do kit anti-homofobia nas escolas,
mas o governo Dilma recuou no kit e utilizou-o como instrumento de barganha política
em defesa da cabeça de Palocci, então ministro questionado pelo crescimento
estrondoso da arrecadação de sua empresa.
Por isso, hoje, a CSP
Conlutas, através do seu Setorial LGBT, junto ao Movimento Mulheres em Luta,
Quilombo Raça e Classe e entidades e organizações da classe trabalhadora
levantam a cabeça em defesa do orgulho LGBT, exigindo medidas imediatas para
combater a homofobia e localizam que a estratégia da luta LGBT deve ser o
combate ao capitalismo.
Ontem, às vésperas do Dia do Orgulho LGBT, mais uma vez a violência homofóbica choca o país: dois irmãos gêmeos se abraçam e são espancados por um grupo de facistas que ao vê-los acredita que eram um casal homossexual. Um deles é morto. Quantos mais precisam morrer?
ResponderExcluirDilma, criminalize a homofobia já!