sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Em todo país, servidores públicos federais mostram, em mais um dia luta, que movimento é forte e se amplia; acompanhe os informes



(Crédito: Agência Brasil) Dia de Luta em Brasília

O Dia de Luta dos servidores públicos federais parou avenidas, portos e rodovias de todo país. A greve dos servidores públicos federais deu nova demonstração de força em mais um dia de Luta, nesta quinta-feira (9). O ato foi convocado pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos, e contou com protestos e mobilizações dos servidores.

Em Brasília, a Praça dos Três Poderes, em frente ao STF, servidores públicos federais em greve realizaram protesto.

Nos aeroportos de Guarulhos –SP (Cumbica), Brasília, Rio de Janeiro  (Galeão), Porto Alegre, Fortaleza e Curitiba,  as filas eram gigantescas devido à greve dos servidores da Polícia Federal.

Também foram registrados congestionamentos em diversas rodovias como em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina, em consequência  polícias rodoviários federais.

Nos  portos secos e marítimos de Santos (SP), Rio Grande do Sul , no Porto de Suape (PE)  e Natal, foram registrados  atrasos na movimentação de cargas devido à greve dos servidores da Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa.

Avenidas importantes de São Paulo e Rio de Janeiro  foram ocupadas por servidores públicos em protestos exigindo do governo o atendimento à reivindicação do conjunto do funcionalismo.

 Marchas também  levaram milhares de servidores às ruas em capitais como, Aracaju, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Florianópolis, Salvador e Distrito Federal, entre outras.

O governo deu declarações de que na próxima semana pode abrir a negociação com os servidores, o que demonstra que a mobilização da categoria deu resultado e deve se intensificar.

O governo está diante de uma das maiores greves dos diversos segmentos do funcionalismo público. São quase 30 órgãos federais o que representa 300 mil servidores que aderiram ao movimento grevista. 

A próxima atividade dos servidores será realizada no dia 15 de agosto, com uma nova marcha em Brasília, que promete sacudir a Esplanada dos Ministérios.

Veja, abaixo, os informes dos atos até o momento. Envie informações sobre o dia de luta  em seu estado para atualizarmos na página da Central.

Servidores federais realizam manifestação em Porto Alegre (RS)

Servidores de instituições federais em greve realizaram manifestação na manhã desta quinta-feira 9, na Avenida Padre Cacique, em Porto Alegre. Fizeram uma caminhada até o prédio da Receita Federal, na Avenida Loureiro da Silva.

A passeata teve início por volta das 8h, quando os dois sentidos da Padre Cacique foram bloqueados. Em seguida, o trecho Centro-Bairro acabou liberado para o trânsito. No sentido inverso, apenas uma faixa ficou livre.

Por volta das 9h30min, o protesto chegou à Loureiro da Silva. Uma hora depois, o movimento chegou ao prédio da Receita. Participaram do protesto servidores da Saúde, Incra, IBGE, Polícia Rodoviária Federal e Magistério, entre outros.

Servidores fazem ato em Brasília pelo direito de greve e exigem negociação
(crédito:Andes-SN) Dia de Luta em Brasília

 Em Brasília, diversas entidades do funcionalismo público  realizaram uma manifestação ato nesta quinta-feira (9), na Praça dos Três Poderes, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, como parte do dia de luta  definido pelo Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, que reúne representantes de 31 categorias.

Durante a manifestação os servidores, que realizam uma das maiores greves do funcionalismo, denunciaram o endurecimento e intransigência do governo federal e suas práticas antissindicais, que visam enfraquecer o movimento.
 
Alertaram também para o que representa o Decreto 7.777, editado no final de julho pela presidente Dilma Rousseff, que em suma prevê a substituição dos servidores em greve por terceirizados, e ataca o direito de greve no serviço público.
 
No Rio de Janeiro, um grande dia de luta reúne mais de 5 mil pessoas
(crédito: Agencia Brasil/ Tania Rêgo) Dia de Luta no Rio

Os servidores federais do Rio realizaram a maior manifestação de todo este período de greve. Os manifestantes fecharam, por mais de uma hora, a Avenida Rio Branco, no centro, no início da tarde desta quinta-feira (9). O protesto, por melhores condições salariais e de trabalho, saiu da Candelária e seguiu para a Cinelândia. Foram milhares de servidores das universidades da base do Andes e da Fasubra, os professores e técnicos da base do Sinasef. Ainda houve uma grande coluna da base da Condsef e os alunos do ensino superior.  Também os alunos do Colégio Pedro II.  Esta passeata foi maior que a do dia 31 de julho.  Um setor importante também se fez presente em maior número que na passeata anterior.  Os trabalhadores da saúde federal compareceram com suas faixas e cartazes. Também cresceu a coluna dos servidores do IBGE e do Arquivo Nacional. Nos órgãos em que ainda não há adesão a greve, como INPI ou na justiça federal, houve companheiros que faltaram ao serviço para participar da manifestação engrossando a longa coluna de mais de 600 metros de passeata.

Os federais prometem fazer uma nova manifestação, desta vez com todos os servidores, em Brasília neste 15 de agosto.

(Crédito: Agência Brasil/ Tania Rêgo)

O Ato desta quinta-feira (9), no Rio,  contou com a presença dos servidores estaduais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a UERJ. Professores, técnicos e alunos desta universidade já estão em greve há mais de cinquenta dias e o governo Sérgio Cabral também se recusa a atender a categoria e as suas reivindicações.

Neste dia também houve uma paralisação dos professores e funcionários das escolas estaduais. Cabral pretende cortar os pagamentos do adicional de tempo de serviços (os triênios) e manter o desmonte do ensino fundamental e médio. O governo além de atacar a carreira reduziu a grade de disciplinas oferecida aos alunos, reduziu os tempos de aula, fechou turmas e unidades escolares. Além disso, construiu um plano de gestão que coloca nos ombros dos educadores estaduais a responsabilidade pelo fracasso escolar.

(crédito: Agência Brasil/Tania Rêgo)

Desta forma o Dia Nacional de Lutas no Rio foi pontuado de mobilizações e greve dos trabalhadores que não aguentam mais tanto arrocho salarial, o desmonte das condições de trabalho e a redução de direitos. A greve destes trabalhadores tem o mérito de defender os interesses de nossa classe e pode melhorar a oferta de educação, de saúde e de transportes público com mais qualidade.

Agora, após esta manifestação, todos se preparam para realizar outra bem maior em Brasília, no dia 15 de agosto. Sem sombra de dúvida esta já é a maior greve dos servidores federais desde 2006. Ainda não há nenhum setor com predisposição de recuar sem o atendimento de suas reivindicações. Mesmo assim é necessário unificar esta luta com os demais trabalhadores das empresas da iniciativa privada. É necessário unificar a greve com a luta dos metalúrgicos contra o fechamento das fábricas e redução de postos de trabalho. Também é necessário unificar com todas as categorias que entrarão em luta porque sua data base ocorre nestes primeiros meses do segundo semestre.

Só a unidade de todos os trabalhadores pode satisfazer toda a disposição de luta demonstrada nesta manifestação deste 09 de agosto. A unidade dos trabalhadores em luta pode garantir a manutenção e ampliação de todos os direitos. Pode construir uma vida melhor e uma sociedade socialista.

(crédito: Agência Brasil/ Tania Rêgo) Dia de Luta Rio

Dilma Rousseff se recusa a negociar e atender as reivindicações destes trabalhadores. Ao mesmo tempo libera mais verbas e recursos públicos para atender aos interesses. Seu governo não atende as revindicações do funcionalismo, mas garante para as multinacionais financiamento subsidiado, renúncia fiscal e redução de impostos. Por isso os servidores se cansaram de tanto arrocho salarial e a introdução da política de gratificações por desempenho. O que aumenta as distorções salariais, que a isonomia e ataca a aposentadoria. Já há servidores que deixam de se aposentar para não reduzir os salários com o corte das gratificações.


Além do arrocho salarial e da nova política que ataca as carreiras ainda há uma deterioração nas condições de trabalho com sobrecarga de trabalho e um desvio de função imposto pela falta de pessoal. Os serviços mais atingidos por esta política são também os mais necessários aos trabalhadores e ao povo. A saúde e a educação são os setores que mais sofrem com redução de verbas e investimentos.

Como resposta a intransigência do governo a greve dos servidores, que iniciou no mês de maio no ensino superior se alastrou com adesão de técnicos administrativos e segue ganhando adesão de outros setores do funcionalismo federal. Na mesma proporção que o governo vem se recusando em atender as reivindicações, a greve vem crescendo junto com o aumento da disposição de luta destes trabalhadores.


Mais de 400 servidores participam do dia de luta em São Paulo 
(Crédti: Bianca Pedrina) Ato dia de luta em SP

Em São Paulo, mais de 400 servidores marcaram presença em frente ao Fórum Cível, Pedro Lessa, na Av. Paulista. Com faixas e bandeiras, as diversas categorias ilustravam que ali estavam presentes servidores em luta por direitos e por melhores condições de trabalho. Num só coro, os diversos segmentos do funcionalismo chamavam a atenção da população com a palavra de ordem: “Servidor na rua, Dilma a culpa sua”.

O protesto, marcado pela unidade, contou a presença dos servidores da DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), da Previdência Social, Ciência e Tecnologia, Área Ambiental, Saúde, das Universidades Federais, do Judiciário, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Funasa (Fundação Nacional de Saúde), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre outros segmentos. 

(crédito: Bianca Pedrina) Dia de luta em SP

A manifestação contou também com a presença da CSP-Conlutas, Intersindical, Fenasps, Sinal, Sindsprev-SP, Sintrajud, Sindsef-SP, Apeoesp, Fasubra, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, SinSIFES-ABC (Sindicato dos Técnicos Administrativos das Universidades Federais do ABC), estudantes em greve da Unifesp, entre outras organizações e entidades do movimento sindical.

A postura do Governo Federal diante da greve foi muito criticada em todas as falas. 

Para o representante do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado de São Paulo), Nelson Novaes Rodrigues, “Mantega diz que a prioridade é investir no serviço privado, enquanto isso o setor público agoniza”.

(crédito: Bianca Pedrina) Dia de Luta em SP

Segundo ele, o governo precisa mudar suas prioridades e passar a governar para os trabalhadores.

O membro do Sintrajud (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo) Cleber Borges de Aguiar, cuja categoria entrou em greve no dia 8 de agosto, ressaltou que os judiciários estão com os salários congelados há seis anos e denunciou a política de arrocho de Dilma. “Ao não dar a devida atenção para os serviços e servidores públicos o governo prejudica a população pobre que depende desse atendimento”, salientou.

(crédito: Bianca Pedrina) Ato Dia de Luta em SP

O representante do Sindsef-SP Felipe Atoline questionou: “Que Brasil sem miséria é esse que tem seu o seu trabalhador precarizado?”.

A dirigente do Sintrajud, Ana Luiza, licenciada para campanha eleitoral, fez um chamado aos servidores do judiciário para aderirem à paralisação e fortalecerem o movimento. “Agora é a hora de enfrentar o governo. É greve até a vitória”, disse.

O membro da CSP-Conlutas São Paulo Filipe Augusto antes de iniciar a sua fala puxou o coro: “Ô Dilma, que papelão, pegou meu dinheiro para pagar o mensalão”, fazendo alusão ao escândalo de corrupção que está sendo julgado, e envolve o partido da presidente, o PT.

(crédito: Bianca Pedrina) Dia de Luta em SP

Filipe destacou a força do movimento que, mesmo com a política repressiva, se amplia a cada dia. “Com nossa mobilização, já dobramos o governo que dava declarações de que não negociaria com grevistas, agora já conseguimos participar da mesa para debater nossa pauta. Vamos mostrar que também não aceitamos migalhas. O governo começa a sinalizar abertura de negociação e nós vamos exigir o que é  nosso por direito. Dilma Chega de enrolação, negocia já”, finalizou.

O exemplo de luta dos metalúrgicos da GM também foi lembrado no ato. A mobilização e força da categoria impediu que mais de 2 mil metalúrgicos perdessem seus empregos.

Os manifestantes, concentrados no Fórum, saíram em passeata rumo ao escritório da Presidência da República, em frente à estação de metrô Consolação onde finalizaram o protesto.

(crédito: Bianca Pedrina) Ato Dia de Luta em SP

Ao final, foi ressaltada a importância de fortalecer a greve, e mobilizar cada vez mais os servidores das diversas categorias, unificando as lutas.

A próxima atividade dos servidores será realizada no dia 15 de agosto, com uma nova marcha em Brasília, que promete sacudir a Esplanada dos Ministérios.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo,   CSP-Conlutas RJ, Andes-SN, Cpers 

Foto manchete: Agencia Brasil/ Tania Rêgo

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