É com extremo pesar que viemos informar que a companheira
Sandra Fernandes foi assassinada, junto com seu filho Cauã, de 10 anos, na madrugada dessa segunda feira, dia 17 de
fevereiro. Sandra era professora da rede municipal de Recife.
O namorado de Sandra confessou o crime e já está preso. Mais
um triste fato que demonstra as consequências do machismo e da violência na
vida das mulheres. Sandra levou nove facadas e Cauã 11.
Sandra militava há 10 anos no PSTU e era dirigente do
SIMPERE, Sindicato filiado à CSP Conlutas, que representa sua categoria. Sandra
era também militante e construtora do Movimento Mulheres em Luta, e o debate e a
luta contra o machismo era parte central de sua história de militância.
Sabemos que a violência machista mata 15 mulheres por dia e
que a violência física é a expressão mais bruta e individualizada da ideia de
dominação do homem sobre a mulher. Sandra se soma a essa triste estatística, o
que não deixar de indignar e entristecer os companheiros e companheiras que
militaram ombro a ombro com a companheira.
Soma-se à tristeza da perda, a raiva e a indignação que
esses casos geram. Até quando mais mulheres vão morrer em situações bárbaras
como essas?
Sandra militava para destruir o capitalismo, o principal
responsável por essas barbaridades que todos os dias entristecem e indignam
milhares de mulheres, parente, amigos, companheiros, etc.
O capitalismo se apropria da ideologia machista para
superexplorar as mulheres trabalhadoras e para sustentar essa ideologia
desenvolve outras, vinculadas a essa, como a de que as mulheres são propriedade
dos homens e que devem estar sujeitas aos mecanismos da violência física, para
que a vontade do homem prevaleça.
A opressão machista sujeita todas as mulheres, inclusive
aquelas que lutam contra o machismo. Não é verdade que o fato de ser consciente
de sua condição de oprimida tira a possibilidade de viver situações de
machismo, porque essa ideologia é a ideologia dominante na sociedade e perpassa
a vida das mulheres em todos os seus aspectos.
O assassinato de Sandra nos entristece profundamente e
queremos manifestar o carinho sincero com seus companheiros e companheiras de
Recife, os que militam no PSTU, os companheiros e companheiras do SIMPERE e as
companheiras do MML.
Precisamos transformar a tristeza em raiva contra o machismo
e em motor para seguir a luta que Sandra tanto construiu, contra o machismo, a
exploração e por uma sociedade realmente sem violência, uma sociedade
socialista.
A morte de Sandra não mostra fraqueza dela, nem das
mulheres, nem dos seus instrumentos de luta. Mostra força das ideologias que
sustentam esse tipo de conduta bárbara, doentia e agressiva de seu então
namorado. E precisamos mostrar que a luta de Sandra nunca foi, nem nunca será
em vão.
Neste momento de dor, prestamos toda solidariedade à
família, parceiros, amigos. Mas também colocamos toda nossa força política a
serviço de lutar por um mundo em que não precisemos mais passar pelo sofrimento
que estamos passando agora.
Cauã, presente!
Companheira Sandra, presente!
É triste saber uma noticia dessa,onde vamos parar com esses assassinados, temos muito ainda que lutar.
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