quarta-feira, 17 de abril de 2013

No dia 24 de Abril, o Movimento Mulheres em Luta vai para Brasília derrubar Feliciano e defender os direitos das mulheres trabalhadoras!

Nós, mulheres trabalhadoras, vamos para Marcha em Brasília porque...
 
Vivemos em um país em que 40% das famílias são chefiadas por mulheres que cuidam, educam e sustentam sozinhas seus filhos. Mesmo nas famílias em que o homem e a mulher trabalham e sustentam a casa, segue a responsabilidade do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos com as mulheres.
 
Por isso, as medidas que atacam os direitos de todos os trabalhadores, nos afetam de uma forma ainda mais profunda. Além de sermos exploradas e acumularmos outra jornada de trabalho, a de casa, ainda sofremos com a falta de creches públicas e serviços públicos de qualidade, como saúde, moradia, educação e transporte.

Precisamos nos movimentar. Ir às ruas. Tomar Brasília, unindo homens e mulheres trabalhadoras para derrotar este projeto do governo de dos patrões.

Queremos derrubar Feliciano!

“Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada”. Marco Feliciano

Em um país onde 4 em cada 10 mulheres  já sofreram agressões e 71% são agredidas dentro da própria residência, afirmar que a mulher deve ter um papel inferior, desigual, ou seja, reforçar o machismo é um verdadeiro crime.

Dados afirmam que quase 30% das mulheres agredidas continuam convivendo com os agressores porque dependem deles economicamente. A conquista da independência econômica nestes casos é uma questão de sobrevivência, de direito à vida. 

A nós, mulheres trabalhadoras, não agrada sair de casa todos os dias e deixar nossos filhos com febre, sem os cuidados de uma boa creche, sem educação e saúde de qualidade. Fazemos isso porque temos que trabalhar. 

Hoje chefiamos 40% dos lares brasileiros, somos costureiras, motoristas de ônibus, metalúrgicas, professoras, trabalhadoras da construção civil e construímos o país com a força de nossas mãos, temos orgulho de sermos trabalhadoras.

Feliciano, além de nos atacar enquanto mulheres trabalhadoras, também nos atacou enquanto negras e homossexuais. Para justificar a injustificável miséria profunda do continente africano afirmou que: “os africanos descendem de um ancestral amaldiçoado de Noé”; e que “sob o continente africano repousa a maldição do paganismo”. Sobre os homossexuais afirmou: “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição”.

A postura do pastor é na verdade o que leva ao ódio e à rejeição daqueles que por anos foram e seguem sendo oprimidos. 

Seu pacote de maldades não para por aí, o preconceito caminha junto com seus atos ilícitos. Várias denúncias levantaram que o deputado fez de seu mandato um braço da igreja, empregando mais de cinco pastores em seu gabinete.

Além de beneficiar vários membros de uma família proprietária da principal empresa doadora de campanha, entre eles um funcionário de seu gabinete, que de forma misteriosa, trabalha em Brasília e em São Paulo ao mesmo tempo. Até acusação de estelionatário o deputado recebeu.

Por isso, nós mulheres trabalhadoras, negras e lésbicas do Movimento Mulheres em Luta nos somamos a todos aqueles que, indignados, se levantam contra a permanência de um deputado racista, machista, homofóbico e corrupto na Comissão de Direitos Humanos.

Exigimos que a presidenta Dilma rompa o silêncio e se posicione pela saída de Feliciano. Um país governado por uma mulher não pode permitir que um parlamentar siga atacando os direitos de mulheres, negros e homossexuais, muito menos que esteja a frente de uma Comissão de deveria protegê-los.

Fora Feliciano! Somos mulheres trabalhadoras e Feliciano não nos representa!

Queremos defender nossos direitos!
 
Nós mulheres temos alguns direitos que garantimos com muita luta e sacrifício. A Licença-Maternidade, o período de amamentação e o auxílio creche são alguns deles. 
Conquistas que estão em risco com a proposta de mudanças na lei trabalhista que o governo e o congresso nacional pretendem votar.

Este projeto, chamado de Acordo Coletivo Especial (ACE), quer fazer com que a negociação do sindicato com os patrões esteja acima da lei. Hoje os sindicatos já negociam um acordo coletivo, essa negociação não impede melhorias para os trabalhadores. Então por que aprovar esta medida?
 
A intenção é rebaixar os direitos existentes atualmente na lei trabalhista, a CLT. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, por exemplo, aceitou que em algumas fábricas dessa região os intervalos de amamentação se incorporassem ao período de Licença Maternidade, o que na prática acabou com o direito.
 
O período de amamentação é uma necessidade da criança e não pode ser substituído pela ampliação da licença maternidade, afinal muitas mães seguem amamentando após o término da licença de 6 meses.
 
Há muito lutamos para que as empresas garantam creches nos locais de trabalhos e os governos creches públicas e de qualidade. O pagamento do auxílio-creche foi uma conquista parcial que também está em risco.

Com a negociação individual muitas trabalhadoras vão ficar desamparadas e perderão o direito a receber o auxílio. 
As empregadas domésticas são o exemplo de que a negociação individual não conquista mais direitos como falam os patrões, muito pelo contrário.

O recolhimento do FGTS das domésticas antes da aprovação da PEC, por exemplo, era opcional. Por não estar obrigado pela lei, praticamente nenhum patrão optava pelo recolhimento, daí a imensa polêmica quando a PEC passou a obrigá-los.
 
Todas a Brasília no dia 24 de abril!

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